Prefeito que matou policial a tiros no Maranhão pede licença para 'cuidados psiquiátricos'
O prefeito João Vitor Xavier alega que agiu em 'legítima defesa'. O afastamento é pelo período de 125 dias e o prefeito alega que está 'profundamente abala...

O prefeito João Vitor Xavier alega que agiu em 'legítima defesa'. O afastamento é pelo período de 125 dias e o prefeito alega que está 'profundamente abalado'. Prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier, de 27 anos. Divulgação/Redes sociais O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), que assumiu ter matado tiros o policial militar Geidson Thiago da Silva, formalizou um pedido de licença do cargo à Câmara Municipal de Vereadores, para cuidar de sua defesa e para 'tratamentos psiquiátricos'. A Polícia Civil do Maranhão pediu a prisão preventiva dele. 📲 Clique aqui e siga o perfil do g1 Maranhão no Instagram O afastamento é pelo período de 125 dias (pouco mais de quatro meses), podendo ser interrompido com seu retorno a qualquer momento. Durante este tempo, João Vitor vai continuar recebendo mensalmente o salário como prefeito, orçado em R$ 13.256,08 (líquido). No documento, o prefeito alega que está "profundamente abalado (...), circunstância que demanda cuidados médicos específicos, sobretudo por ser um paciente bariátrico", disse. Atualmente, o prefeito responde pelo crime em liberdade, já que ainda não há um mandado de prisão preventiva ou temporária. Na última segunda (7), após estar sendo procurado pela polícia, João se apresentou espontaneamente na Delegacia de Presidente Dutra, prestou depoimento e foi liberado. VEJA TAMBÉM: O que se sabe e o que falta esclarecer sobre prefeito suspeito de matar PM em vaquejada, no MA Segundo o delegado Ricardo Aragão, superintendente de Polícia Civil do Interior, João não foi mantido preso porque não havia flagrante. Se for levado a julgamento, João Vitor Xavier, também deverá ser julgado em tribunais superiores, já que possui foro privilegiado. O que diz a defesa / contexto do caso A defesa do prefeito alega que João agiu em legítima defesa, pois o policial militar teria sacado uma arma durante uma discussão relacionada ao farol ligado do carro do prefeito. No entanto, de forma preliminar, testemunhas e a Polícia Civil contestam essa versão. “Foram cerca de cinco tiros, provavelmente todos pelas costas. O corpo da vítima foi encaminhado para o IML de Timon, para perícia”, afirmou o delegado de Pedreiras, Diego Maciel, ao g1. PERFIL: Quem é o prefeito que confessou ter matado PM a tiros em vaquejada no Maranhão No depoimento prestado à Polícia Civil, João afirmou que jogou a arma no local do crime, mas o armamento ainda não foi encontrado. Imagens de uma câmera de segurança (veja abaixo), registradas no dia do crime, também não mostram o prefeito descartando a arma em nenhum ponto da cena. Prefeito de Igarapé Grande é suspeito de matar PM em vaquejada Em relação à posse da arma, João afirmou que o revólver calibre .38, utilizado no crime, havia sido adquirido há dois anos, como um presente de um eleitor. O prefeito também declarou que a arma não possuía registro nem autorização para posse. Segundo testemunhas, o crime ocorreu na noite de domingo (6), durante uma vaquejada em Trizidela do Vale (MA), quando o policial militar e o prefeito se desentenderam após o PM pedir que João reduzisse a intensidade dos faróis do carro, pois a luz estaria incomodando as pessoas presentes no local. Prefeito de Igarapé Grande (MA), João Vitor Xavier, é suspeito de matar a tiros o policial militar Geidson Thiago da Silva Arquivo pessoal LEIA MAIS Corpo de policial militar morto por prefeito em vaquejada no MA é sepultado Prefeito suspeito de matar PM em vaquejada se apresenta à polícia no MA e é liberado após depor Prefeito que matou PM em vaquejada diz à polícia que arma foi 'presente' de eleitor Vídeo mostra confusão que terminou com policial morto a tiros no Maranhão; prefeito é suspeito Uma das imagens coletadas pela polícia mostra um homem, que seria o prefeito João Vitor, se dirigindo até um carro preto, de onde parece pegar um objeto. Em seguida, ele caminha em direção a um grupo de pessoas, onde há uma aglomeração e, por fim, corre de volta ao veículo e vai embora. De acordo com o delegado de Pedreiras, Diego Maciel, as imagens foram registradas no local da vaquejada onde estavam o policial militar e o prefeito. Embora não mostrem o momento exato do crime, há a suspeita de que o prefeito tenha efetuado os disparos enquanto o policial estava de costas, e depois fugido do local. Segundo a polícia, as imagens ainda passarão por perícia. Prefeito é suspeito de matar PM no Maranhão Relatos de testemunhas também indicam que houve uma confusão durante o evento, na qual o prefeito João Vitor Xavier teria sacado uma arma e efetuado disparos contra o policial, conhecido como "Dos Santos", que estava de folga. O PM ainda chegou a ser socorrido e levado a um hospital em Pedreiras, mas devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para uma unidade com mais estrutura. No entanto, ele não resistiu e morreu durante o atendimento. O policial era lotado no 19º Batalhão de Polícia Militar. Ele foi sepultado nesta terça-feira (8). Após o crime, a polícia tentou localizar o prefeito, mas não o encontrou. Testemunhas do crime ainda estão sendo ouvidas pela Polícia Civil e outras provas devem ser analisadas.